A contribuição africana na construção da sociedade brasileira, especialmente da identidade do povo, é inquestionável. Assim, o estudo da história e cultura afro-brasileira serve de base para entender a realidade dos afrodescendentes em nossa sociedade, resgatando, no registro oficial, uma dívida com quem contribuiu direta e indiretamente para o desenvolvimento econômico e a riqueza humana de nosso país.
Discutir o negro no Brasil é falar de aproximadamente 50% de sua população no contexto da complexidade cultural.. Isso esbarra, porém, em desinformação sobre o continente africano. É preciso atar os laços entre os povos brasileiro e africano, desvencilhando o nó do preconceito. Como afirma Eliane Cavalleiro ( 2005, p. 26) o preconceito.
A dificuldade da inserção do ensino de história e cultura afro-brasileira no currículo escolar esbarra em questões muito mais amplas do que apenas na escassez de registros oficiais. A falta de formação específica dos profissionais envolvidos no processo educacional, em decorrência das dificuldades para qualificação e até do desinteresse, dificulta a mudança de mentalidade no que diz respeito ao assunto. O problema é agravado pelo pouco interesse dos gestores públicos em prover investimentos que subsidiem a produção e aplicação de bons materiais específicos que atendam `atual demanda.
Para trabalhar a "ÁFRICA" de maneira adequada, o educador deve enfrentar as dificuldades imposta pelo sistema e, lançando mão dos mais variados recursos, buscar a formação crítica do educando. Ele precisa ter domínio, inclusive formação formada, cuidando, entretanto, para não interfirir na construção intelectual do aluno. Para isso, necessita aprofundar-se no tema, obter formação plena. Como conseguir isso? Por onde começar? O que e onde buscar??.
É nesse mar de dúvidas em busca do desconhecido que o professor, às vezes, desiste da mudança e retoma o tradicional livro, que se restringe a datas e dados desinteressantes.
O simples uso do material didático deixa lacunas no processo educativo. Tanto alunos quanto professores deixam de construir julgamento próprio do tema, tornando-se simples reprodutores de conhecimento alheio. Além da questão " qualidade do material adotado", outro fator importante envolve conhecer diferentes autores e linguagens, aumentando a variedade e a qualidade das informações adquiridas, buscar informações, conceitos e ferramentas atualizados, somados ao professor com espírito pesquisador, interessado em desenvolver sua prática em sala de aula com eficiência.
O material didático é um importante referencial teórico para o professor pesquisador, que não deve ficar " preso " à um único material. Pretende-se que sua opinião formada com base em várias leituras dê maior proximidade entre o aluno que está estudando a cultura da África. A simples relação aluno-livro não possibilita troca concreta de conhecimentos entre eles.
Todos os debates em torno do tema de traduzem em conhecimento da necessidade de mudanças estruturais no sistema educacional, excludente e reprodutor do abismo social e racial na sociedade brasileira.
Exige-se grande mudança nas práticas diárias com vistas a eliminar essas diferenças. E o ponto de partida para isso está na escola, mediante resgate das raízes brasileiras, incluindo e aproximando negros e afrodescendentes da prática cotidiana na educação, muito mais importante no nível básico que no superior, neste adotando políticas paliativas de inclusão.
Referência bibliográficas. : MATTOS, Regiane Augusto de. História e cultura afro-brasileira , São Paulo, contexto, 2007 - PAULA, Benjamim Xavier de; PERON, Cristina Mary Ribeiro Educação, história e cultura da África e afro-brasileira: teorias e experiências, Uberlândia: UFU/ Proex, 2008 - DIAS, Fernando Correia. Durkheim e a sociologia no Brasil. Em Alberto, Brasileira, 9 ( 46): 33-48, abr/jun, 1990.
Revista PAD - Editora Dom Bosco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário