segunda-feira, 28 de março de 2011

ATO DE LER.

 Todo ato de compreensão envolve leitura. Desde que nasce, o ser humano faz sua "leitura de mundo", inicialmente por meio dos sentidos - visão, audição, tato, olfato e paladar -, explorando de forma sensorial o ambiente. Ao longo do tempo, ao ouvir os sons das palavras faladas, aprende a língua ouvida, um fenômeno cultural. Dessa forma, aos poucos, internaliza a linguagem e, por imitação, aprende a falar, fazendo a "leitura auditiva".
  O ser humano "lê com os olhos" toda e qualquer paisagem, objetos, pessoas... Lê cinestesicamente por meio do tato, o que também torna possível reconhecer o espaço circundante. A primeira ação executada pelo indivíduo ao nascer, portanto, é a leitura.
  Segundo FOUCAMBERT, a presença do mundo escrito está por toda parte, e o ato de ler relaciona-se diretamente ao de registrar, escrever, representar; e confirma que isso se dá desde o nascimento do bebê.  -  Já o dicionário Caldas AULETE, é a ação de conhecer, interpretar, perceber, deduzir, decifrar, rever, inteirar-se de símbolos, pronunciar as letras do alfabeto juntas e assim decodificar a palavra escrita, interpretando tudo aquilo que é passível do ato da leitura e está sujeito à compreensão do homem. Aprofundando essa questão, a palavra "ler", originária do latim, legere, significa decodificar qualquer obra submetida ao olhar, percorrida em toda sua extensão pela vista, atribuindo-lhe sentido.
   Para definir e demonstrar várias possibilidades de compreensão da palavra "ler", pode-se ir além da simples decodificação para uma complexidade maior que é a leitura, traduzida por meio das escolhas e procuras que o leitor decide fazer. Sempre deve haver ações e poder de decisão sobre o que está lendo. Ao ler, cada leitor recria uma obra, pois recorre à sua própria visão de mundo, à sua memória, seu acervo cultural, social, suas vivências e bagagem de vida. Isso significa entrar num mundo de procuras e escolhas, e preencher "vazios" com aquilo que cada leitor vê.
  Ler é absorver de forma privilegiada a cultura de diversas sociedades. Cabe ao professor trabalhar com os alunos o hábitoda leitura nas diversas áreas de conhecimento, aguçando a vontade de saber cada vez mais. Também lhe compete considerar particularidades do aluno, suas
peculiaridades, e que a partir de cada (re)leitura se abrem inúmeras possibilidades de melhor compreender e interpretar o mundo e a própria vida.
Algumas sugestões de Leituras com a família ou escolar: Os Paradidáticos.
Idades :
5 a 6 anos - Cada Um Mora Onde Pode - autor: Ziraldo - ressalta a importância da vida em família.
6 e 7 anos - A Mulher Que Falava Para-Choquês - Autor: Marcelo Duarte- ressalta a descoberta da leitura nas propagandas .
7 e 8 anos - Felpo Filva - Autor: Eva Furnari - ressalta que ninguém é perfeito e que a deficência mais grave  que uma pessoa pode ter é a de caráter.
8 e 9 anos - A Árvore da Família - autor: Maísa Zakzuk - ressalta  conhecer a história de nossa família descobrindo sua árvore genealógica.
9 e 10anos - E Se Fosse Com Você? Uma História de Bullyng. - autor: Sandra Saruê e Marcelo Boffa - ressalta a questão do bullyng, expressão moderna que trata de um problema nada novo: a humilhação que muitos alunos sofrem na escola...
10 1 11 anos - Menina Nina, Duas Razões Para Não Chorar - autor: Ziraldo - ressalta  a morte, mas o sentimento que predomina ao final não é a tristeza.
11 e 12 anos. O Malvado - autor: Tatiana Belinky - ressalta a discussão do tema "aparência".

Livros nâo lidos, são como tesouros perdidos. Uma boa leitura em família!.

sábado, 26 de março de 2011

SEXO é preciso quebrar os próprios tabus

          Qual é a maior dificuldade que nós, adultos - pais, mães, professores -, temos ao falar sobre sexo? Provavelmente lidar com nossas próprias experiências, nossos medos e inseguranças, nossos preconceitos e tabus. Aprende-se sexo em livros? Talves as questões biológicas possam ser explicadas dessa forma, porém a sexualidade humana vai muito mais além.
          Ao conversarmos sobre sexo com nossos alunos e filhos, não falaremos sobre a nossa sexualidade, muito menos sobre o que pensamos ou como agimos, mas vamos orientá-los sobre sexo consciente, cuidados pessoais sentimentos. Não devemos colocar nossas opiniões sobre este ou aquele tema, pois nosso objetivo é in(formá-los, e não direcioná-los conforme o que pensamos, uma vez que nem sempre o que pensamos é a resposta certa para determinado indivíduo. Precisamos deixar os "achismos" de lado: " acho bobagem a virgindade",  "não concordo com homossexualismo", etc. Devemos lembrar que cada indivíduo tem sua história e cultura familiar, e que isso, sim, deve direcioná-lo na formação de juízos e valores.
         Qual o nosso papel como educadores? Indicar caminhos ou deixar que os jovens decidam por si? O mais importante, ao orientarmos crianças e jovens, é basicamente compreender que preocupações e angustias são normais; isso requer, por outro lado, que saibamos nos posicionar como adultos para "trabalhar" essas dificuldades, evitando transmitir tais medos e tabus.
          Falar de sexo é falar da natureza, do natural, do" ser humano ".É falar de emocões, sentimentos, autorrespeito e respeito ao outro, abordando também cuidados e prevenção. Não basta _ e não deve _ tratar de sexo como biologia pura, tornando-o experimental e inócuo. Deve-se tratá-lo como conversa, de pessoa para pessoa, sem receio, olho no olho, e não ao pé do ouvido, como assunto ao pé do ouvido, como assunto escuso e impróprio.
          Há um momento certo para conversar sobre sexualidade? claro! Sempre que somos questionados. Sempre que observarmos a curiosidade. Sempre que notamos a desinformação. Toda vez que se trata do assunto na mídia, por exemplo, seja em atitude de atores de filmes e novelas, seja por temas de noticiários, essa será a hora para falar sobre sexo.
         Nada de cegonhas, abobrinhas, margaridas. Fale sobre ser gente, ter diferenças físicas e psicológicas, e sobre o ciclo da vida: nascer, viver e morrer; amar e ser amado,; respeitar e ser respeitado. Sem exageros e também sem minimalismos, abstraindo o que é compreensível e necessário para aquela idade, lembrando que esta geração é bem mais informada do que as anteriores. È por isso que falar com eles hoje parece tão mais difícil.
         Finalizando, para falar sobre sexualidade é fundamental falar sobre autoestima e cuidados com o próprio eu, enfatizando o autorespeito e o respeito pelo outro, quanto mais se conversar e orientar, mais se desenvolverá a capacidade de discernimento para a tomada de decisões. A orientação deve buscar a construção de hábitos e atitudes saudáveis, tanto físicas quanto emocionais, e valorizar a vida, o fato de que nosso corpo precisa ser cuidado e respeitado, assim como o das outras pessoas. Desenvolvendo o espírito crítico para discernir o que é certo ou errado, mostramos caminhos, cabendo a cada um analisá-los e defini-los ao longo da vida.
          Família e Escola devem transmitir a segurança de quem possuem princípios e valores comuns, para que, juntas, consolidem a educação de futuros homens e mulheres conscientes, responsáveis e felizes.
( fonte: revista PAD. Vânia Bittencourt.)